en que estuvimos juntos meses enteros,
desde el amanecer hasta la medianoche.
Hablamos todo lo que había que hablar.
Hicimos todo lo que había que hacer.
Nos llenamos
de plenitudes y fracasos.
En poco tiempo
incineramos los contados días.
Se hizo imposible
sobrevivir a lo que unidos fuimos.
Y desde entonces la eternidad
me dio un gastado vocabulario muy breve:
"ausencia", "olvido", "desamor", "lejanía".
Y nunca más, nunca más, nunca, nunca.
José Emilio Pacheco. Islas a la deriva. Poesía III (1973-1978). Visor Libros (2011)
Desde então
Houve uma idade (séculos atrás, já ninguém lembra)
em que estivemos juntos meses inteiros,
desde o amanhecer até à meia-noite.
Falámos todo o que havia para falar.
Fizemos todo o que havia para fazer.
Preenchemo-nos
de plenitudes e fracassos.
Em pouco tempo
incinerámos os contados dias.
Fez-se impossível
sobreviver ao que unidos fomos.
E desde então a eternidade
deu-me um gasto vocabulário muito breve:
"ausência", "esquecimento", "desamor", "lonjura".
E nunca mais, nunca mais, nunca, nunca.
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