domingo, 6 de maio de 2012

Luz

não atirem para o meu peito
palavras sórdidas palavras velhas
para o meu peito não atirem
palavras velhas palavras sórdidas

inventarei as minhas
no piso da cidade
no chão do campo
na escuridão da solidão.

para o meu caminho não atiren
palavras velhas palavras sórdidas
irei à busca da palavra
onde os homens desconhecem o grito
irei à busca da palavra
onde os homens cultivam no peito
as palavras que hão-de ser ditas:
ditas à janela da cidade
irei à busca da palavra
e direi o que se diz entre as paredes
para que da palavra nasça a luz.

não me atirem palavras sórdidas
palavras velhas
inventarei as minhas
e serei um pedaço de palavra.

João Maimona. Memória de sombra. nóssomos. 2012


Luz

no me arrojen al pecho
palabras sórdidas palabras viejas
al pecho no me arrojen
palabras viejas palabras sórdidas

me inventaré las mías
en el piso de la ciudad
en el suelo del campo
en la oscuridad de la soledad.

al camino no me arrojen
palabras viejas palavras sórdidas
iré en busca de la palabra
donde los hombres desconocen el grito
iré en busca de la palabra
donde los hombres cultivan en el pecho
las palabras que serán dichas:
dichas a la ventana de la ciudad
iré en busca de la palabra
y diré lo que se dice entre las paredes
para que de la palabra nazca la luz.

no me arrojen palabras sórdidas
palabras viejas
me inventaré las mías
y seré un pedazo de palabra.

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