sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Relógio morto

sinto-me como o tempo.
é anestésica a garganta que come a idade do tempo.

sinto-me como o tempo.
sónico e invisível nos espaços entre o fogo.

sinto-me e
subo
o elevador
sabotado
pelo preto mais branco
da lembrança.

temporizo-me como o senso do ar estimula a onda
e cronometro-me como a eficiência dum músculo.

quando não me perguntam sei
o tempo pelo vácuo.

deito fora todos os relógios
sinto.
como bem o tempo.
e ando.

Gavine Rubro.célula.rubra. (2011)


Reloj muerto

me siento como el tiempo.
es anestésica la garganta que come la edad del tiempo.

me siento como el tiempo.
sónico e invisible en los espacios entre el fuego.

me siento y
subo
el ascensor
saboteado
por el negro más blanco
del recuerdo.

me temporizo como el sentido del aire estimula a la ola
y me cronometro como la eficiencia de un músculo.

cuando no me perguntan sé
el tiempo por el vacío.

desecho todos los relojes
siento.
como bien el tiempo.
y ando.

2 comentários:

josé ferreira disse...

Olá

mais uma excelente escolha e as mesmas palavras num outro som.
gostei muito e parabéns aos dois, ao autor e à tradutora.

Abraço

José

Sun Iou Miou disse...

Obrigada, José.

Abraço
María