quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Último poema

He perdido mi imagen
en las solapadas tardes del otoño,
en los virginales amaneceres
de las primaveras
y me queda tan solo
el silencio de mi rostro
perdido en los inviernos.
Como en el silencio
las imágenes quedan para siempre
en el lugar donde mueren las palabras.

José Antonio Labordeta. Zaragózame


Último poema

Perdi a minha imagem
nas assolapadas tardes do outono,
nos virginais amanheceres
das primaveras
e sobra-me apenas
o silêncio do meu rosto
perdido nos invernos.
Como no silêncio
as imagens ficam para sempre
no lugar onde morrem as palavras.

(Agradeço a colaboração ao Alexandre de Castro.)

3 comentários:

Alexandre de Castro disse...

Foi um prazer, Maria Alonso. Estarei sempre disponível a uma sua solicitação..

Alexandre de Castro disse...

Maria Alonso:
Depois de ter colocado o comentário anterior, voltei a ler o lindo e triste poema de José Antonio Labordeta. Assaltou-me uma dúvida (uma dúvida metódica, como são sempre as minhas dúvidas) se a designação do respectivo título não pretende sinalizar o anúcio antecipado do fim deste blogue, em boa hora aparecido. Seria uma pena!

Sun Iou Miou disse...

Alexandre, escolhi esse poema concretamente porque o José Antonio Labordeta morreu na madrugada do Domingo 19 de Setembro de 2010.